segunda-feira, 2 de abril de 2012

A Melhor Saga Juvenil


Atenção: esta resenha contém spoilers. Caso não queira saber partes importantes da história, não continue a leitura.



Não sei se é porque cresci lendo Hary Potter, mas considero um dos melhores livros que tem e talvez a melhor saga adolescente que eu já li.
A primeira vez que tive contato com um livro da série, no ano 2000, eu tinha 12 anos. Imagine uma criança de 12 anos lendo sobre Hogwarts, trouxas, Voldemort etc. etc. etc.? Foi simplesmente fantástico. Foram sete anos vivendo a expectativa sobre o que iria realmente acontecer com a série, quem iria morrer, quem sobreviveria. Teorias e mais teorias. Em 2007 quando o último livro foi lançado, eu já estava na faculdade e Harry Potter há muito tinha deixado de ser um livro bobo que encantou a criança de 12 anos. Lembro-me que após o lançamento oficial, saíram na internet traduções livres dos fãs e que devorei Relíquias da Morte em uma madrugada de tão ansiosa que estava para ver o final.
Desde então, pelo menos uma vez por ano, releio todos os livros da série. Adoro releituras. São ótimas para enxergarmos novos pontos de vistas e detalhes que passaram despercebidos na primeira vez. Enfim...
O que gosto bastante em Harry Potter é a maneira como a série amadurece junto com o personagem e com os fãs. JK Rowling amadurece sua escrita ao longo do crescimento de Harry. O livro “bobinho e infantil” de A Pedra Filosofal não se compara com a história e a escrita adulta de As Relíquias da Morte. Aliás, a partir de O Cálice de Fogo que é quando Voldemort renasce, Harry Potter já não é mais um livro infantil. Há mortes, torturas e decepções bastante pesadas.
Outro ponto que me surpreende bastante: as pessoas que JK Rowling mata durante a série. São pessoas que você jamais veria morrer em um livro de final feliz comum. Mas, com certeza, seriam as pessoas que morreriam de verdade. A morte de Sirius Black e Dumbledore me fizeram chorar litros. Mas no último livro, quando mata Edwiges, Dobby, Lupin, Fred Weasley etc., eram pessoas que jamais esperaríamos e que após ler, fica aquele choque de “WTF, JK? Sério que você fez isso?”. Mas apesar do choque, é aí que você percebe o quanto a autora sabe o que está fazendo.
A história vai se encaixando. JK consegue amarrar as passagens de maneira primorosa. Alguns detalhes passam? Sempre. Mas é ótimo ver algo que você não deu tanta importância no primeiro livro sendo explicado lá no último. Ou alguém que ela simplesmente mencionou uma vez no quinto livro sendo uma peça-chave no livro final.
Sem contar os personagens: são humanos. Possuem um quê de heroísmo necessário para vender livros, mas são chatos e escrotos, nem um pouco perfeitos e sem defeitos. O Harry, por exemplo, principalmente em Relíquias da Morte, é uma das pessoas mais intragáveis do mundo, mas sem perder a essência.
Harry Potter é uma combinação que deu certo. Bons personagens, boa história e boa narrativa são fatores que transformaram a série em uma das mais lidas do mundo e JK na mulher mais rica da literatura.
A saga merece ser lida por pessoas de todas as idades. Tem ensinamentos que podem ser levados pra vida e mais importante ainda: mostra que o mundo não é cor de rosa, que “o que tiver que será e que temos que estar prontos para enfrentar”.

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