segunda-feira, 5 de março de 2012

Millennium - Os Homens Que Não Amavam as Mulheres


Ao contrário de todas as minhas expectativas, Millennium – Os Homens que Não Amavam as Mulheres é um filme muito bom. Arriscaria até a considerá-lo melhor que a versão sueca. Longe de ser um filme perfeito, é uma adaptação muito boa da obra homônima de Stieg Larsson.
Não gosto muito dos atores escolhidos para representar os personagens. Por alguma razão obscura, não vou com a cara do Daniel Craig, mas deixando este sentimento de lado, não considero que ele tenha conseguido encarnar o verdadeiro espírito de Mikael Blomkvist. Aliás, acho que nem Craig e nem Michael Nyqvist alcançaram a verdadeira essência do personagem criado por Larsson.
O mesmo cabe à Lisbeth Salander. Gostei da interpretação de Rooney Mara, apesar de achar que Noomi Rapace conseguiu fazer um trabalho muitíssimo melhor. Mas, assim como no caso de Super Blomkvist, nenhuma das duas conseguiu realmente captar o verdadeiro “eu” da Hacker. Faltam mais algumas gotas de antissociabilidade para atingir o grau perfeito. Este elo perdido da personagem também considero que seja um pouco culpa do roteiro. Quiseram fazer uma Salander antissocial mas carismática e que vendesse o filme. Uma combinação não muito boa.
Outro ponto que me deixou bastante possessa com o roteiro foi a infeliz mania de Hollywood de romantizar qualquer história que envolva um homem e uma mulher. Apesar de no livro existir uma certa paixãozinha de Lisbeth por Blomkvist, não é um amor de fato. Não há cenas de conchinha na cama e nem Lisbeth abrindo o coração. Ela confia nele, sim. Ela gosta dele, sim. Mas ela é Lisbeth Salander. Ponto.
O filme é longo, são quase 2h40 que passa razoavelmente rápido. O filme chega a ser arrastado em algumas partes e cheio de detalhes, do mesmo modo que o livro. Há um final um pouco diferente do que o do livro, mas não achei que tenha sido nada que prejudicou a adaptação. De fato, gostei da maneira como solucionaram o mistério.
Vale à ida ao cinema. Não tanto quanto vale a leitura dos livros, mas acho que nenhuma adaptação realmente valha. Agora só nos resta aguardar os outros remakes da trilogia. Será que as versões hollywoodiana irão superar a sueca?

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